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Por Renata Gondim – Lula está com Danilo, pré-candidato da Frente Popular ao Governo do Estado. Ponto. Os militantes estão com Lula. Ponto. Mas a grande maioria – dos petistas – não aceita Danilo como o nome para a sucessão estadual. Essa equação ficou evidente durante a passagem do ex-presidente Lula por Pernambuco, que foi marcada por vaias em todos os eventos, tanto no Interior quanto na capital, e por manifestações de apoio à ex-petista e pré-candidata do Solidariedade, Marília Arraes.
Com isso, mais do que massificar o apoio declarado de Lula à Danilo, a missão agora é convencer o eleitorado de Lula que Danilo é a melhor opção. E, o mais importante, que ele é parte de um acordo nacional entre PT-PSB que deve ser honrado também a nível estadual.
Acontece que o acordo político parece não valer para os petistas, que ainda alimentam o rancor por Danilo ter se licenciado do seu cargo de secretário estadual para votar a favor do impeachmeant da presidente Dilma. Acontece que os petistas não engoliram a enxurrada de acusações e esculhambações proferidas pelo atual prefeito do Recife, João Campos (PSB), nas últimas eleições municipais, em disputa com Marília, à época no PT.
O discurso mais trabalhado em cima do palanque foi da unidade política, da união de forças para vencer “um mal maior”, numa referência ao presidente Jair Bolsonaro. Foi o passado vitorioso das forças partidárias que compõem a Frente Popular. E com certeza a militância entende e não vai esmorecer diante de tamanho desafio.
Mas o PT continua sendo o PT. E como eles mesmos dizem, uma história é sempre maior do que um projeto. E Marília sabe disso. Ela pode não ter a tal da fidelidade partidária da qual a Frente Popular tanto fala, assim como também não ter o apoio de Lula. Mas ela sabe se valer da emoção da militância petista quando diz que seu voto e apoio à Lula é ideológico, e não é a toa que trabalha o slogan “O povo de Lula está com Marília”. Nas entrelinhas, se Lula não está com ela, o povo dele está.
A única certeza é que Lula conta com o apoio dos dois palanques, e que o “Danilula” vai precisar de uma fórmula convincente para mudar o cenário de insatisfações das bases de apoio.