
O governo brasileiro aguarda com expectativa a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre novas tarifas, prevista para ser anunciada nesta quarta-feira (2). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou surpresa diante da possibilidade de o Brasil ser alvo de retaliação comercial.
De acordo com Haddad, os EUA mantêm uma posição favorável em relação ao Brasil, uma vez que possuem superávit tanto na troca de bens quanto de serviços. “Causaria certa estranheza se houvesse retaliação injustificada, já que estamos constantemente na mesa de negociação com os EUA para fortalecer nossa cooperação”, afirmou o ministro durante uma viagem a Paris nesta terça-feira (1º).
O comércio bilateral entre os dois países é favorável aos EUA, pois o Brasil importa mais do que exporta. Dessa forma, o ministro considera que não há razão para imposição de novas tarifas sobre produtos brasileiros.
A tensão aumentou após um relatório de um órgão vinculado ao governo americano criticar a política tarifária brasileira. O documento aponta barreiras em setores como etanol, filmes, bebidas alcoólicas, máquinas e equipamentos e carne suína.
Paralelamente, em resposta às possíveis medidas unilaterais dos EUA, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por unanimidade, um projeto de lei de reciprocidade comercial. A proposta permite ao governo brasileiro adotar retaliações contra medidas que prejudiquem a competitividade das exportações nacionais. O texto agora segue para análise na Câmara dos Deputados.