Do O Globo – Otimista com as pesquisas, o PT avalia que o período mais crítico da campanha ainda está por vir: as 48 horas que antecederão a votação e o próprio domingo da eleição. A campanha de Lula está em alerta máximo para as seguintes frentes: fake news que podem ser divulgadas após o debate na TV Globo, marcado para esta quinta-feira, e atos de violência com potencial de criar um clima de instabilidade e constrangimento na véspera e no dia da votação.
A leitura feita pelos petistas é que os apoiadores mais hostis de Bolsonaro podem atuar para não deixar as eleições correrem com tranquilidade, diante do cenário de uma possível vitória de Lula no primeiro turno. Para se contrapor a ações que poderiam desestabilizar o ambiente, o PT traçou estratégias. Entre elas está a realização de uma grande campanha para estimular apoiadores a atuarem como fiscais nas eleições. Na peça, o partido convida os militantes a serem os “olhos de Lula e da democracia” no dia do pleito.
O assunto foi debatido numa reunião online realizada há poucos dias com cerca de 2 mil militantes. Cada partido ou federação pode nomear dois delegados para cada zona eleitoral e dois fiscais para cada mesa receptora. Eles acompanharão o processo de votação durante todo o domingo de eleição.
A campanha de Lula decidiu colocar essa iniciativa em prática após observar que o número de mesários voluntários dobrou da eleição de 2018 para a de 2022. A preocupação é que esse crescimento tenha sido estimulado pelo discurso de Bolsonaro de colocar em xeque o sistema eleitoral e as urnas. A ideia é que esses fiscais acompanhem o trabalho dos mesários e fiquem vigilantes sobre ações que podem constranger o eleitor e possa interferir no resultado das eleições.
Como informou a coluna, a cúpula da campanha de Lula levou nesta terça-feira a representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) preocupações com a disseminação de fake news, ataques à urna eletrônica e aumento da violência política nas eleições deste ano. Os petistas se reuniram nesta quarta-feira com Ruben Ramírez Lezcano, chefe da missão de observação eleitoral da entidade no Brasil.