Por Renata Gondim – Candidato da Frente Popular ao Governo do Estado, Danilo Cabral (PSB) vem chamando atenção, desde o início do pleito, pelos seus discursos que, na maioria das vezes, mais parecem de uma chapa de oposição. O socialista ignora não apenas a imagem do atual gestor, Paulo Câmara (PSB), que injustamente amarga sozinho a culpa por um governo com quase 70% de rejeição, como ainda apresenta afirmações e promessas que poderiam ter sido facilmente executadas pela administração que acumula 16 anos no poder.
Nesta segunda-feira, Danilo foi severamente criticado pelos adversários ao declarar que, se eleito governador, “o IPVA de Pernambuco seria o menor do Nordeste”. O candidato defendeu que o Estado precisa ter uma política tributária atrativa para novos investimentos, igualando-se aos demais estados do Nordeste. Ora, ou ele esqueceu de argumentar o porquê disso não ter sido feito antes, ou ele mais uma vez expôs deficiências da gestão Paulo Câmara, em mais um “bombardeio amigo”.
Não tem muito tempo, Danilo gerou mal estar na base governista ao declarar que não iria governar “dentro de uma sala com ar condicionado”. O enredo de que “irá fazer um novo Pernambuco” também é questionável. Todo candidato de sucesso é, naturalmente, uma continuidade. Mas, como não dá para ser uma continuidade do que não é aprovado pelo povo, Danilo precisará achar um meio termo que convença o eleitorado e que, ao mesmo tempo, não exponha os erros de uma equipe aliada da qual ele fez parte desde o primeiro momento.
O fato é que está cada vez mais claro que Paulo Câmara não será lembrado no percurso eleitoral. Que o diga a chamada para a caminhada de início da campanha, divulgada pelo candidato em suas redes sociais, onde o gestor sequer aparece entre as forças políticas da Frente Popular. Resta saber se o eleitorado vai esquecer dele também.