
As deputadas estaduais Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG) denunciaram um caso de racismo sofrido nesta sexta-feira (11) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. As três parlamentares, todas mulheres negras, registraram boletim de ocorrência após afirmarem que foram as únicas pessoas selecionadas para uma revista pela Polícia Federal no desembarque de um voo.
As deputadas retornavam de uma missão oficial no México, onde representaram o Brasil no Painel Internacional de Mulheres Afropolíticas, realizado no Senado mexicano. Em suas redes sociais, Andreia de Jesus classificou o episódio como um exemplo claro da persistência do chamado “suspeito padrão”, uma lógica racista que, segundo ela, segue operando contra pessoas negras. “Racismo é crime, e a gente vai seguir enfrentando a discriminação em todos os espaços”, afirmou.
Leninha reforçou a denúncia, dizendo que nenhuma outra pessoa ao redor foi revistada, e que a seleção das três parlamentares para o procedimento de segurança foi um ato de racismo velado. “Não é coincidência. É padrão. É a cor da nossa pele sendo lida como ‘suspeita’”, escreveu.
A deputada Ediane Maria também usou as redes para expressar indignação com o ocorrido: “De todos que estavam na fila, só nós, três mulheres negras, que fomos escolhidas”. As parlamentares afirmam que o caso será levado adiante judicialmente e politicamente como mais um exemplo de discriminação racial institucionalizada no Brasil.