Fernando de Noronha recebeu o título de Hope Spot — que significa “ponto de esperança” — concedido pela organização internacional Mission Blue, que é dedicada à conservação marinha.

O reconhecimento foi divulgado na quinta (30) e destaca o arquipélago como uma área de grande biodiversidade e importância ambiental.

A oceanógrafa Sylvia Earle, fundadora da Mission Blue, afirmou que Noronha tem águas cristalinas e uma vida marinha abundante, o que faz do arquipélago um verdadeiro santuário de biodiversidade.

Ela destacou que o arquipélago abriga um mosaico de ecossistemas em equilíbrio, como recifes de corais, costões rochosos, fundos arenosos, campos de algas, canais profundos e áreas de transição oceânica.

Segundo Sylvia Earle, o título reforça o trabalho de cientistas, instituições públicas, organizações da sociedade civil e moradores que há décadas se dedicam à preservação ambiental de Fernando de Noronha.

Preservação

O arquipélago abriga duas áreas de conservação: o Parque Nacional Marinho e a Área de Proteção Ambiental (APA). O parque é uma zona de proteção integral, com regras mais rígidas, enquanto a APA abriga a comunidade local e permite atividades controladas.

Segundo pesquisadores, Noronha abriga cerca de 1.500 espécies de fauna e flora, entre elas 250 tipos de peixes recifais, tartarugas marinhas e golfinhos-rotadores.

Fernando de Noronha também serve de abrigo para cerca de 80 espécies de aves, incluindo duas exclusivas do arquipélago: a Cocoruta–de-Noronha (Elaenia ridleyana) e o Sebinho-de– Noronha (Vireo gracilirostris).

Embaixadores

O reconhecimento também homenageia profissionais e pesquisadores que se destacam na proteção do meio marinho. Três moradores de Noronha foram nomeados Hope Spot Champions, uma espécie de embaixador do título:

Fábio Borges, presidente do Instituto Vida no Oceano e coordenador do Projeto Tubarões e Raias de Noronha;

Rafaely Ventura, coordenadora da Fundação Projeto Tamar;

Lucas Penna, biólogo e servidor do ICMBio.

Fábio Borges destacou que o reconhecimento é importante, principalmente no cenário internacional.

“Poucos lugares no mundo têm esse título. Ele reforça a relevância da biodiversidade de Noronha e pode abrir caminho para novas pesquisas e ampliação das áreas protegidas”, disse.

Borges acrescentou que o título pode fortalecer o turismo sustentável no arquipélago. “O reconhecimento deve atrair visitantes mais conscientes e conectados com o meio ambiente”, afirmou.

A bióloga Rafaelly Ventura ressaltou que Fernando de Noronha é um dos melhores lugares do mundo para pesquisa científica e conservação da natureza.

“A Fundação Projeto Tamar tem mais de 40 anos de história e foi pioneira na preservação marinha no Brasil. É um privilégio fazer parte desse trabalho e contribuir para o reconhecimento de Noronha ”, avaliou.

O biólogo Lucas Penna, do ICMBio, destacou que o título reforça a importância de preservar o arquipélago.

“Fernando de Noronha não é apenas um destino bonito, mas também um exemplo de conscientização ambiental e esperança para quem vive e visita o lugar”, afirmou.

Com informações do G1