
A demissão de Juscelino Filho (União Brasil) do Ministério das Comunicações reacendeu as articulações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para promover uma nova rodada de mudanças nos ministérios. A reformulação deve começar já na próxima semana, com foco em reequilibrar forças políticas na Esplanada e responder a pressões por resultados em áreas estratégicas do governo.
Lula pretendia adiar essas trocas até 2026, visando consolidar alianças para sua eventual reeleição. No entanto, diante das dificuldades de garantir apoio já em 2025, o presidente avalia alterações pontuais, incluindo a substituição de ministros do próprio PT. Estão cotadas as saídas de Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Cida Gonçalves (Mulheres) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), sendo os dois primeiros substituídos por nomes petistas e o terceiro, possivelmente, por Guilherme Boulos (PSOL-SP).
O União Brasil deve seguir à frente do Ministério das Comunicações, mas a permanência do partido na pasta virou incerteza. O deputado Pedro Lucas (MA), indicado para o cargo, ainda não confirmou se aceitará o convite, alegando necessidade de diálogo com sua bancada. A resposta é esperada após a Páscoa.
Internamente, os ministérios passam por turbulências. Paulo Teixeira é criticado por movimentos sociais pela lentidão na reforma agrária. Cida Gonçalves enfrenta denúncias de assédio moral e ambiente tóxico na pasta das Mulheres, enquanto Macêdo sofre rejeição entre movimentos sociais e pode dar lugar a Boulos — embora o fracasso de um ato recente organizado por ele pese contra sua indicação.