Do G1 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na reta final com viés de alta na última semana do primeiro turno da eleição presidencial, mas é preciso evitar o clima do “já ganhou” para não ter reflexos negativos na mobilização da militância, alertam os coordenadores da campanha de Lula.
Já no comitê de Jair Bolsonaro o discurso é que, apesar do cenário desfavorável, haverá segundo turno e a determinação é se preparar para a fase final desde agora.
Segundo coordenadores do comitê do petista, desde o início oficial da campanha o ex-presidente tem registrado oscilações positivas nas suas intenções de votos, indicando uma tendência de alta. Na pesquisa Ipec, ele saiu de 44% em 15 de agosto e agora tem 48%. “Estamos crescendo além do teto, com movimentos de indecisos e já início do voto útil”, avaliou um coordenador de Lula.
Outro coordenador da campanha alertou, porém, que é preciso evitar um clima de “já ganhou”, porque isso pode acabar desmobilizando a militância exatamente no momento em que Lula mais precisa dela nesta reta final da eleição no primeiro turno.
“Temos grandes chances de ganhar no primeiro turno, mas nada de avaliar que já ganhamos, para não desmobilizar a militância e não gerar um clima de frustração se a eleição for para o segundo turno”, diz o coordenador.
Já o comitê de Bolsonaro, oficialmente, utiliza a estratégia de tentar desacreditar o levantamento do Ipec citando suas pesquisas internas, que dariam uma diferença menor do que os 17 pontos da pesquisa divulgada ontem pelo instituto, que sucedeu o Ibope, de larga experiência no campo. Só que as pesquisas internas do comitê do presidente, como de outros candidatos, não são registradas e não é possível aferir sua confiabilidade.
Apesar do discurso oficial, os coordenadores da campanha do presidente admitem que o cenário é desfavorável, já que as pesquisas estariam mostrando que Bolsonaro, depois de crescer até agosto, ficou estagnado desde então. O Ipec, que começou a fazer as pesquisas nacionais a partir de 15 de agosto, mostra que de lá para hoje o presidente foi de 32% para 31%. Por sinal, repetiu os 31% de intenções de voto nas últimas três pesquisas.
“Estamos confiantes de que haverá segundo turno, não temos dúvidas sobre isso. Nosso desafio é chegar no dia da eleição perto do Lula, para entrarmos mais fortes na fase decisiva”, diz um coordenador da campanha de Bolsonaro. Segundo ele, os dados das pesquisas internas, além de mostrar um diferença menor entre os dois principais candidatos, na casa dos 5 pontos percentuais, também mostrariam Bolsonaro empatado com Lula no Sudeste. No Ipec, Lula tem uma diferença a seu favor de 12 pontos.