
Durante a abertura do 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic), nesta terça-feira (8), em São Paulo, o presidente Lula afirmou que é preciso “criar mais dinheiro” e ser criativo para enfrentar o déficit habitacional brasileiro, que está em torno de 7 milhões de moradias há mais de 50 anos. Lula ressaltou que, mesmo com os avanços do Minha Casa, Minha Vida, ainda há milhões vivendo em condições precárias, como em palafitas no litoral de São Paulo.
O presidente citou como exemplo a comunidade do Dique da Vila Gilda, em Santos, a maior favela de palafitas do país, e cobrou soluções estruturais. Ele defendeu a ampliação de investimentos e políticas públicas voltadas à moradia, destacando o papel do setor da construção civil como protagonista na transformação urbana. Lula também enfatizou que o governo deve garantir estabilidade e previsibilidade para atrair mais investimentos privados no setor.
Na semana passada, o governo anunciou a criação da Faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida, voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil. A nova modalidade contará com R$ 30 bilhões em recursos, sendo metade do Fundo Social do Pré-Sal. A taxa de juros será de 10,5% ao ano, com financiamento de imóveis de até R$ 500 mil e prazo de pagamento de até 35 anos.
Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), elogiou a ampliação do programa e defendeu que os recursos do pré-sal se tornem fonte recorrente de financiamento habitacional. Ele também cobrou medidas como o fim do pregão eletrônico para serviços de engenharia e a definição de prazos para pagamento de obras públicas, além de criticar a alta taxa de juros, que hoje está em 14,25% ao ano, e afeta diretamente os investimentos no setor.