
Depois da Polícia Federal deflagrar a Operação Sem Desconto, que investiga um rombo de R$ 6,3 bilhões causado por descontos associativos não autorizados em benefícios do INSS, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, saiu em defesa própria. Em entrevista ao Estadão Conteúdo neste domingo (27), ele afirmou que não se omitiu e que determinou uma apuração interna, concluída em setembro de 2024.
O caso ganhou força após a divulgação de atas do Conselho Nacional de Previdência Social, indicando que, já em 2023, a conselheira Tonia Galleti teria pedido a inclusão da fiscalização de entidades na pauta do colegiado, o que foi negado por Lupi. Segundo registros, mesmo após nova insistência da conselheira, o ministro considerou o tema relevante, mas alegou que seria necessário um levantamento mais detalhado antes de agir.
Durante a entrevista, Lupi explicou que solicitou providências ao então diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, André Paulo Felix Fidelis, mas enfrentou dificuldades para obter respostas. De acordo com o ministro, a demora o levou a exonerar Fidelis, como publicado no Diário Oficial da União de 5 de julho de 2024, para destravar o processo de apuração e criar novas regras de combate a fraudes.
Procurado pela reportagem, o ex-diretor André Paulo Felix Fidelis não foi localizado. Lupi defende que, ao contrário do que foi sugerido, sua gestão foi a primeira a tomar medidas efetivas para enfrentar o problema dos descontos indevidos nos benefícios do INSS.