Do G1 – O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que empresas envolvidas no disparo de mensagens de texto com ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro prestem esclarecimentos sobre o episódio.
Na semana passada, usuários do Paraná Inteligência Artificial (PIÁ), ferramenta de comunicação do governo estadual, disseram ter recebido as mensagens via SMS. Um dos textos dizia: “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!!”.
O ministro determinou a intimação das empresas Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) e Algar Telecom S.A para que informem, no prazo de 24 horas, se foram interrompidos os disparos de SMS irregulares, de caráter eleitoral e/ou atentatório às instituições democráticas sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Em decisão deste domingo (25), Gonçalves afirmou que até agora não foram apresentados indícios de que o presidente Jair Bolsonaro tenha envolvimento no disparo de mensagens. Gonçalves deu prazo de cinco dias para que Bolsonaro, caso queira, apresente sua defesa na ação eleitoral.
A decisão foi tomada em uma ação de investigação eleitoral apresentada ao TSE pela coligação Brasil da Esperança, que tem como candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A equipe do petista acusa Bolsonaro de abuso de poder econômico e pede que a Corte determine a imediata interrupção dos disparos.
O ministro negou os pedidos para que os disparos fossem interrompidos, considerando ser desnecessário diante das medidas tomadas até o momento.
Segundo Gonçalves, “as informações trazidas pela autora [coligação do PT] indicam que, aparentemente, as autoridades administrativas paranaenses agiram de forma efetiva para impedir a continuidade dos disparos em massa”.
Ainda segundo o ministro, “descabe impor aos candidatos investigados que se abstenham de utilizar disparos em massa”. “A autora não forneceu indício que, nessa fase inicial do processo, evidencie de plano o envolvimento direto de Jair Bolsonaro e Walter Souza Braga Neto na consecução do ilícito”, afirmou.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) do Paraná, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil (Nuciber/PCPR) iniciou investigações para apurar os responsáveis pelo disparo das mensagens.