
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (3) a segunda fase da Operação Outside, que investiga fraudes, superfaturamento e desvio de recursos federais em obras na cidade de Patos, no sertão da Paraíba. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão com autorização da 14ª Vara Federal. O foco da investigação é um contrato firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Regional e a Prefeitura de Patos, no valor total de R$ 6 milhões, destinados à restauração das Alças Sudeste e Sudoeste.
O contrato foi assinado no fim de 2020, mas executado na gestão do atual prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), pai do deputado federal Hugo Motta. Apesar de o acordo ter sido firmado antes de sua posse, a prefeitura está sendo investigada por supostas irregularidades na execução da obra. A administração municipal declarou, na primeira fase da operação em 2024, que colabora com a apuração e compartilhou os documentos solicitados.
Segundo as investigações, houve direcionamento da licitação para beneficiar a construtora Engelplan, administrada por André Luiz de Souza Cesarino, que teria vínculos com servidores municipais. A empresa teria apresentado um preço mais baixo inicialmente para vencer a concorrência, mas foi favorecida depois com aditivos contratuais que aumentaram significativamente os valores, sendo identificado um superfaturamento de R$ 269 mil em um dos ajustes.
Na nova fase da operação, a PF realizou buscas em endereços ligados ao empresário e à construtora. A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou indícios da participação de novos agentes públicos nas irregularidades, entre eles o secretário de Obras, José do Bomfim Junior, e a presidente da comissão de licitação, Mayra Fernandes, que agora também são alvos da investigação.
A CGU afirmou que o objetivo da nova etapa é aprofundar as investigações, identificar todos os envolvidos e buscar a devolução dos recursos desviados aos cofres públicos. Segundo o órgão, servidores públicos teriam usado seus cargos para beneficiar interesses privados, comprometendo a lisura do processo licitatório e a correta aplicação dos recursos federais.
Fonte: Estadão/InfoMoney