Da Veja – Não é de agora que políticos vêm colando sua imagem à de artistas de projeção que possam angariar votos. Mas há uma diferença fundamental no atual pleito: a onipresença das redes sociais, que amplificam a voz de celebridades com potência como nunca se viu.
Nesse terreno, as placas tectônicas foram chacoalhadas quando Anitta declarou voto em Lula. A um séquito virtual de mais de 100 milhões de pessoas, e crescendo, ela esclareceu: “Não sou petista e nunca fui. Mas este ano estou com Lula”.
“O valor de famosos como ela é justamente trazer para o debate político uma turma que não está alinhada nem com o petismo nem com o bolsonarismo”, avalia Victor Piaia, pesquisador do Departamento de Análise de Políticas Públicas da FGV-RJ.
O apoio de Anitta não é obra do acaso, mas de uma costura que começou em abril pelas mãos da socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula. Ficou acertado que Anitta daria todo o apoio a ele (e não ao PT) nas redes, mas não faria aparições em palanques nem no horário eleitoral.
A adesão da cantora ao inimigo fez a campanha de Bolsonaro correr para atrair uma figura de peso no flanco da direita. Tentou com Roberto Carlos — mas não funcionou. Agora, a equipe do presidente aposta as fichas nos músicos sertanejos.