Pegou muito mal a declaração do chefe da Defesa Civil do Recife, Cássio Sinomar, em entrevista ao Bom dia Pernambuco, nesta quarta-feira (8).
“A gente tem que acabar com esse negócio de ‘não tenho para onde ir’. O negócio que tem que ficar consciente, para gente que mora em área de morro, uma coisa que tem que ficar consciente na cabeça dos outros é dizer assim: ‘Aqui eu não posso ficar. Para onde eu vou, vamos achar um jeito’.”
De uma insensibilidade tremenda diante da situação de calamidade que vivemos atualmente, bem como de um total descaso para com as pessoas que sofrem há décadas com a falta de política habitacional. Com certeza mais um desgaste para a gestão do prefeito João Campos, que está perdida em meio ao caos das chuvas.
Vale lembrar ainda que Cássio Sinomar é réu na Justiça Federal por fraudes em ações de auxílio em cidades pernambucanas atingidas por cheias há mais de 12 anos. Em 2010, Sinomar, que é coronel do Corpo de Bombeiros, era coordenador da Defesa Civil do estado e atuava na Casa Militar. Investigação do Ministério Público Federal e Polícia Federal apontou a atuação de um grupo criminoso que praticou fraudes na execução de ações de auxílio à população afetada pelas chuvas naquele ano.
O atual chefe da Defesa Civil do Recife se tornou alvo de duas ações penais que ainda estão em andamento. De acordo com o MPF, as irregularidades incluíram fraudes em licitações, prática de sobrepreço, celebração de aditivos irregulares, pagamento por mercadorias não recebidas e serviços não prestados, entre outras irregularidades. Ainda não houve condenação no caso.
As empresas ligadas ao esquema, segundo as investigações, foram contratadas várias vezes para fornecimento de produtos e serviços em auxílio às vítimas das chuvas, como filtros de água, colchões, cobertores e água mineral.
Os agentes públicos envolvidos desviaram parte dos recursos repassados pela União, segundo as investigações da Operação Torrentes. A Justiça Federal informou que as duas ações penais seguem em andamento, na fase de produção de provas periciais, e ainda não houve condenação.
*Com informações do G1