Por Renata Gondim – Abertas as urnas no último domingo (2), não só ficou confirmado o protagonismo feminino nestas eleições, com a certeza de que será eleita a primeira governadora mulher de Pernambuco, mas também a polarização nacional entre Lula x Bolsonaro. Este embate irá marcar os próximos 28 dias de segundo turno do Estado, na briga entre Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB).
Isso porque Marília, que no primeiro turno já pediu votos para o ex-presidente Lula (PT), passa agora a ter o apoio oficial do petista. Como a disputa presidencial também seguiu para o segundo turno com números apertados, Lula deverá subir no palanque da candidata, até mesmo com a finalidade de unir todo o PT em torno de seu pleito no Estado. E neste ponto não está descartada uma reaproximação de Teresa Leitão, senadora eleita com mais de 45% dos votos válidos, caso aja um pedido pessoal do ex-presidente. “Tudo em nome de uma causa maior”, que é a eleição de Lula contra Bolsonaro.
De outro lado, mesmo Raquel Lyra tendo fugido do discurso nacional durante todo o primeiro turno, poderá receber em seu palanque o apoio dos ex-candidatos Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (União Brasil), personagens declaradamente bolsonaristas. Ontem mesmo Miguel já confirmou apoio à tucana ao comentar o resultado das urnas.
O ex-prefeito de Jaboatão foi o candidato de Bolsonaro em Pernambuco e terminou a disputa na terceira colocação. Já o ex-prefeito de Petrolina, tem o seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, como símbolo do Bolsonarismo, já que o mesmo foi líder do Governo na Casa Alta.
O candidato da Frente Popular, Danilo Cabral (PSB), declarou ontem que irá se posicionar no pleito. Entretanto, vale destacar que tanto Raquel quanto a sua vice, Priscila Krause, declararam inúmeras vezes ao longo do primeiro turno que eram uma candidatura de oposição ao Palácio do Campo das Princesas. Logo, teremos uma primeira incoerência política caso este apoio se dê de forma oficial.