Do G1 – Nas eleições deste ano, pela primeira vez, as urnas eletrônicas terão um recurso para auxiliar pessoas surdas: a tradução em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
Cidadania: palavra que o professor de Libras Sérgio Vaz faz questão de ensinar. Desde 1989, ele nunca deixou de votar. “É o momento que nós podemos exercer a nossa cidadania e podemos, nesse momento, escolher e ter um futuro melhor.” (intérprete Joseane Carvalho).
O Brasil tem 10 milhões de surdos e 111 mil declararam para a Justiça Eleitoral ter deficiência auditiva. É por isso que a mudança na urna eletrônica significa tanto.
Uma intérprete de Libras vai aparecer na tela indicando qual cargo está em votação: deputado federal, deputado estadual ou distrital, senador, governador e presidente.
“Existem muitas pessoas que não são devidamente alfabetizadas – assim, com o alfabeto que a gente utiliza do dia a dia -, mas são alfabetizadas somente em libras. Então, essas pessoas tem uma dificuldade real em utilizar o equipamento, ou pelo menos tinham até então. E agora elas vão ter confiança em usar a urna, porque a urna vai dizer exatamente em qual cargo ela está votando”, explica Rodrigo Coimbra, chefe da seção de Voto Informatizado do TSE.
O eleitor surdo não vai precisar fazer nenhum cadastro nem pedido especial no dia da eleição. Essa é uma novidade que vai estar em todos os locais de votação, e para todos. As urnas que vão ser usadas em todo o país já foram atualizadas com o novo recurso de acessibilidade.
Em Goiás, um projeto da Justiça Eleitoral, com palestras e orientações em Libras sobre a importância do voto, leva a urna acessível até a comunidade surda.
“O objetivo é realmente aproximar da comunidade surda, também os deficientes visuais – os cegos – e todo tipo de deficiência, buscando a inclusão desse tipo de eleitor no processo de escolha dos seus eleitos. A gente percebe que há uma dificuldade ainda para essas pessoas surdas terem acesso por exemplo ao seu título de eleitor”, diz o juiz eleitoral do TRE-GO Vicente Lopes.