O prefeito de Paulista, Yves Ribeiro (PT), voltou a externar a sua decepção com o Partido dos Trabalhadores (PT) e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma entrevista ao programa “Diálogo”, da TV Nova, nesta segunda-feira (19). Ainda que tenha alegado problemas de saúde para anunciar a sua desistência de concorrer à reeleição na disputa de outubro, nos bastidores era evidente a insatisfação do gestor com o partido ao qual se filiou recentemente, sobretudo no que se refere à falta de apoio financeiro federal, destacando um distanciamento entre as promessas feitas e as ações concretas recebidas.
Yves disse que permanece filiado ao PT “por respeito a Lula”, mas deixou claro seu distanciamento da sigla. “Decepcionado com o PT administrativamente e politicamente. Para tirar uma foto com o presidente Lula foi a maior novela do mundo“, revelou, expressando sua frustração com a falta de acesso ao presidente. E numa comparação entre a atual gestão de Lula com a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que durante o governo Bolsonaro era mais fácil receber recursos federais.
“Ideologicamente, voto em Lula, mas durante a gestão Jair Bolsonaro foi mais fácil receber dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios, do que no governo Lula“, destacou. Ainda sobre o assunto, ele complementou em outro momento da entrevista: “Nenhum município brasileiro teve nenhuma dificuldade no governo Bolsonaro em termo de repasses. A verdade tem que ser dita. Eu tô dizendo aqui, ideologicamente eu voto. Sou um cara que defendo Lula…. Eu desafio qualquer prefeito desse país que me desminta o que eu tô dizendo aqui. Não só prefeito, mas os secretários de Finanças. A gente teve os repasses garantidos. Não teve dificuldade nenhuma”.
Segundo o prefeito, uma ajuda inicial de R$ 100 milhões foi gradualmente reduzida até não se concretizar em nada. “Prometeram uma ajuda para Paulista, inicialmente, de R$ 100 milhões de reais, caiu para R$ 20 milhões, R$ 4 milhões e não chegou nada“, disse, acrescentando que a renda da cidade não acompanhou seu crescimento demográfico no município que tem mais de 350 mil habitantes e é vista como cidade-dormitório. “Eu me decepcionei com o governo, bati na porta de todos os ministérios, mas não fui recebido por ninguém“, lamentou.
Apesar das críticas, Yves Ribeiro declarou que permanecerá no PT até o fim de seu mandato, mas sinalizou um possível retorno ao MDB, partido pelo qual iniciou sua trajetória política e onde diz se sentir mais confortável. “O partido que eu mais me sinto confortável é o MDB, que tem gente de direita, centro e esquerda“, concluiu.
*Com informações do Blog Ponto de Vista