Do UOL – O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou para votar por volta das 9 horas da manhã no Rio de Janeiro dizendo que vai vencer no primeiro turno. Perguntado na chegada e na saída da seção eleitoral se vai reconhecer o resultado, não respondeu de maneira direta. Ele voltou a falar que respeita a apuração se as eleições forem limpas e insistiu no “datapovo” —narrativa de que tem apoio popular e sofre boicote dos institutos de pesquisas. “O que vale é o datapovo, e [reconheço] eleições limpas sem problemas nenhum”.
Repetindo discurso dúbio. Na primeira vez que falou com a imprensa, na chegada à Escola Municipal Rosa da Fonseca, no bairro Deodoro, Bolsonaro deixou a entrevista quando perguntado se respeitaria o resultado das eleições. Depois de votar, ele voltou a conversar com os repórteres.
O presidente insistiu que percorreu o Brasil inteiro durante a campanha e foi muito bem recebido. Declarou que a motociata ontem em Joinville (SC), último ato de campanha, foi histórica e que a imprensa não noticia esses fatos. Essas frases eram uma preparação da narrativa de que tem apoio popular e as pesquisas e os meios de comunicação não refletem essa suposta realidade.
“Tanta gente nas ruas nos apoiando. Infelizmente não vi na imprensa, mas tudo bem, faz parte da regra do jogo.”
Em campanha contra as urnas. Na sequência, Bolsonaro insistiu no “datapovo” e que respeita o resultado apenas se as eleições forem limpas. A afirmação faz parte da narrativa repetida há anos de que o sistema eleitoral brasileiro não é confiável. Bolsonaro tentou aprovar no Congresso o voto impresso com o argumento de que a urna eletrônica é vulnerável. Em vários momentos da campanha e antes dela, ele criticou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e seus ministros. O esforço de desacreditar o sistema eleitoral sempre esteve acompanhado de declarações de Bolsonaro de que a apuração de hoje pode ser fraudada. Nesta semana, o partido do presidente divulgou um documento com essas insinuações.
Bolsonaro chegou a sugerir que as Forças Armadas deveriam fiscalizar as eleições. Em momento nenhum, o presidente afirmou que o sistema eleitoral organiza uma corrida eleitoral com total lisura.