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Ciro Gomes no JN: pedetista promete recorrer a plebiscitos e abrir mão de reeleição para governar

 

 

Segundo candidato à Presidência entrevistado pelo Jornal Nacional, da TV Globo, Ciro Gomes (PDT) afirmou, na noite desta terça-feira, que não concorrerá à reeleição caso saia vitorioso em outubro. Questionado sobre o isolamento político de sua chapa, que não conta com nenhuma aliança em âmbito nacional, o pedetista acrescentou que se valerá do mandato único para facilitar as negociações com o Congresso e que recorrerá a plebiscitos para aprovar propostas que não consiga viabilizar juntos aos parlamentares. A sabatina é a segunda realizada pelo telejornal, que recebeu o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira.

 

— Eu venho propondo mudar o modelo econômico, o que é uma tarefa difícil, e mudar também o modelo de governança política. Collor governou com esse modelo e foi cassado. O PSDB nunca mais ganhou uma eleição. Lula acabou preso, Dilma foi cassada, Bolsonaro está desmoralizado agora — discorreu Ciro, que criticou o chamado “presidencialismo de coalizão”, baseado nas costuras entre Executivo e Legislativo, e questionou os acordos firmados com o centrão: — O Congresso tende a ser reativo, naturalmente. Mas tem que propor ideias e não deixar esse “deixa que eu chuto”. Se não teve acordo, chama o povo para resolver em plebiscito.

 

O pedetista citou como exemplo de proposta passível de plebiscito seu projeto de renda mínima, no valor prometido de R$ 1 mil mensais. De acordo com Ciro, a iniciativa seria viabilizada através de um novo imposto que taxaria grandes fortunas, atingindo apenas os brasileiros com patrimônio superior a R$ 20 milhões — segundo ele, um total de 58 mil pessoas.

 

— Cada super rico vai ajudar essa parcela da população com 50 centavos a cada R$ 100 de sua fortuna. Cada super rico vai pagar a vida digna de 821 brasileiros mais pobres. Se no Congresso persistir o impasse (sobre o tema), vamos pedir à população que vote — repetiu.

 

Ciro Gomes foi questionado pelos entrevistadores se o modelo sugerido, baseado em plebiscitos, não representaria um risco para a democracia representativa brasileira. Os apresentadores do Jornal Nacional lembraram que o emprego desse tipo de recurso foi usado recorrentemente por governos populistas com o intuito de esvaziar o Congresso, sobretudo na América Latina.

 

— Vamos olhar mais para a Europa e para os Estados Unidos do que para a Venezuela, que acho abominável — desconversou Ciro ao tratar da questão.

 

Por várias vezes durante a entrevista, Ciro Gomes repetiu a estratégia adotada durante a campanha e tentou se posicionar como uma alternativa à polarização entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lideram as pesquisas de intenção de voto. O pedetista foi questionado, no entanto, se o tom duro utilizado por ele para se referir aos adversários não poderia contribuir para o clima de acirramento dos ânimos.

 

— Existe essa polarização odienta, que eu não ajudei a construir. Ao contrário, eu estava lá, em 2018, dizendo que as pessoas não podiam chancelar o discurso do Bolsonaro para combater o PT — pontuou Ciro, acrescentando que “levaria em consideração” a ponderação feita na bancada e citou Albert Einstein para reforçar seu ponto de vista: — A ciência da insanidade é repetir as mesmas coisas e esperar um resultado diferente.

 

Ciro Gomes passou o dia reunido com o marqueteiro João Santana para se preparar para a sabatina. Os dois viajaram juntos para o Rio de Janeiro, onde fica o estúdio do JN, e se encontraram em um hotel com o presidente do PDT, Carlos Lupi, e a mulher de Ciro, Giselle Bezerra.

 

Antes da entrevista, o objetivo da campanha era tentar focar nas propostas de Ciro e apresentá-lo como uma alternativa à polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lideram as pesquisas de intenção de voto. O pedetista passou a tarde revisando dados de seu programa de governo.

 

Apesar de ter passado a tarde com Ciro, João Santana não acompanhou o candidato nos estúdios da Globo, papel que coube a Lupi e Giselle, além do assessor de imprensa do ex-ministro, Vicente Gioielli. A campanha traçou uma estratégia para mobilizar a militância do PDT nas redes sociais durante a entrevista. “Espalha para todo mundo que hoje tem Cirão da Massa no Jornal Nacional. Nossa missão é fazer barulho”, dizia o trecho de uma mensagem compartilhada com os apoiadores.

 

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A AUTORA

Renata Gondim é jornalista desde 2004. Foi repórter da editoria de Política da Folha de Pernambuco e colunista interina da Folha Política. Em Brasília, foi correspondente da Agência Nordeste no Congresso Nacional. Nos últimos anos, dedicou-se à assessoria de comunicação governamental. De volta à cobertura jornalística e aos bastidores da informação, agora com um blog autoral, assume a missão de combater as fake news e a manipulação de conteúdo, trazendo para você os principais fatos da política e temas de interesse da sociedade pernambucana.

 

Contato: renata@blogdarenata.com.br

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Renata Gondim é jornalista desde 2004. Foi repórter da editoria de Política da Folha de Pernambuco e colunista interina da Folha Política. Em Brasília, foi correspondente da Agência Nordeste no Congresso Nacional. Nos últimos anos, dedicou-se à assessoria de comunicação governamental. De volta à cobertura jornalística e aos bastidores da informação, agora com um blog autoral, assume a missão de combater as fake news e a manipulação de conteúdo, trazendo para você os principais fatos da política e temas de interesse da sociedade pernambucana.

 

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