
Carlos Lupi se tornou nesta sexta-feira (2) o 11º ministro a deixar o governo Lula desde o início do terceiro mandato do presidente, em janeiro de 2023. Sua saída da Previdência Social foi motivada pelo escândalo bilionário de fraudes no INSS, revelado por investigação da Polícia Federal, que aponta um rombo de R$ 6,3 bilhões.
Lupi admitiu em audiência na Câmara ter conhecimento das irregularidades, embora tenha alegado desconhecer a dimensão do esquema. Ele também se responsabilizou pela nomeação do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, demitido na semana anterior.
A substituição de Lupi por Wolney Queiroz, então secretário-executivo da pasta, soma-se a uma série de trocas que marcaram os primeiros 16 meses da atual gestão. As mudanças ocorreram por diferentes motivos: crises políticas, denúncias, articulações com a base aliada e ajustes estratégicos. Entre os casos mais emblemáticos estão a saída do general Gonçalves Dias do GSI após os atos de 8 de janeiro e a mudança no Ministério da Justiça com a ida de Flávio Dino ao STF.
Também deixaram seus cargos nomes como Silvio Almeida (Direitos Humanos), Ana Moser (Esportes) e Daniela do Waguinho (Turismo), em trocas que, em muitos casos, buscaram acomodar interesses partidários e fortalecer alianças do governo com o Centrão. Em outros casos, como nas Comunicações, a saída de Juscelino Filho ocorreu após investigações por corrupção. Até mesmo pastas estratégicas como Saúde e Relações Institucionais passaram por reconfiguração interna para fortalecer o núcleo político do Planalto.
A sucessão de trocas evidencia os desafios de Lula em manter a estabilidade política e a coesão de sua Esplanada. Embora muitas mudanças tenham sido vistas como pragmáticas, o caso do INSS expõe fragilidades na gestão e acende o alerta sobre a vigilância de recursos públicos. A permanência de Wolney Queiroz agora representa uma tentativa de conter os danos e retomar o controle de uma das áreas mais sensíveis do governo federal.