Por Renata Gondim – No vale tudo da Politica, vale até não concluir um projeto encabeçado por você mesmo. Foi o que fez o presidente estadual do PP, deputado federal Eduardo da Fonte, ao decidir permanecer nas bases da Frente Popular. Isso porque, o que muita gente ainda não sabe é que foi Dudu da Fonte o responsável pelo projeto de dissidência de alguns partidos governistas em apoio à pré-candidatura de Marília Arraes (Solidariedade).
O combinado inicial era primeiro a saida do PSD, do deputado federal André de Paula, que havia sido preterido em sua pré-candidatura ao Senado. Na ocasião, o próprio Dudu da Fonte esteve na sede do PSD em apoio à André, quando afirmou que “todo o seu grupo político apoiava a pré-candidatura do ex-governista”.
Em seguida, foi a vez do líder do Avante, deputado federal Sebastião Oliveira deixar as bases para se tornar pré-candidato a vice-governador. E, cerca de 15 dias depois, o PP também faria sua travessia. Acontece que, antes mesmo do anúncio de Sebastião, Dudu já dava sinais de que poderia não honrar o combinado.
Neste meio tempo, ele reforçou as articulações junto aos dois grupos, barganhando o melhor cenário para a concretização das suas pretensões políticas: ou seja, a sua reeleição para a Câmara Federal e a eleição do seu filho, Lula da Fonte, para o mesmo cargo.
Na balança as propostas, as do Palácio do Campo as Princesas acabaram sendo mais tentadoras. Nos bastidores, a turma do “eu acho é pouco” defende a tese de que Dudu fez tudo de caso pensado e que sua intenção era se livrar dos dois outros ex-governistas, ganhando assim mais espaço no Governo Paulo Câmara.
Pelo que apurei, o processo também já vinha bastante desgastado nas bases da campanha de Marília Arraes. Segundo me revelou uma fonte, o grupo não tinha mais o que oferecer ao PP, no que se refere à bases eleitorais.
E, neste processo de desistência em ir para a oposição, Dudu da Fonte acabou cooptando também o PROS, que já havia declarado apoio à Marília, mas acabou recuando após as promessas de espaço na Ceasa. Cada um do seu lado, só as urnas poderão dizer qual escolha foi a mais acertada.