
O influenciador digital Felipe Neto surpreendeu seus seguidores nesta quinta-feira (3) ao anunciar, através de suas redes sociais, sua intenção de se candidatar à Presidência da República nas eleições de 2026. O anúncio gerou especulação, especialmente após o influenciador ter se distanciado de temas políticos desde o início deste ano. Internautas demonstraram curiosidade e ceticismo, questionando a veracidade da informação nos comentários.
Em análise a pedido da reportagem de O TEMPO, o cientista político Adriano Cerqueira comentou o contexto do anúncio de Felipe Neto. Ele destacou que o influenciador, nos últimos anos, associou sua imagem à do ex-presidente Lula, adotando uma postura contrária ao governo Bolsonaro. No entanto, Cerqueira observou que o cenário político atual se alterou: “O governo Lula perdeu popularidade, enquanto a figura de Bolsonaro ganhou força e está mais consolidada politicamente do que no início do governo Lula”, explicou o especialista.
Cerqueira também lembrou que Felipe Neto, desde o início deste ano, havia declarado que não comentaria mais sobre política. Sobre o recente anúncio de pré-candidatura, o cientista político sugeriu que o influenciador estaria tentando se reinventar e gerar uma reação nas redes sociais. “Ele está querendo causar uma tempestade nas redes sociais com esse anúncio bombástico. Uma pré-candidatura pode não resultar em candidatura, mas é uma forma de divulgar um novo projeto dele”, avaliou Cerqueira.
O cientista também sugeriu que a movimentação de Felipe Neto poderia ser uma estratégia de marketing para promover seu novo projeto. “Não acredito que seja uma candidatura séria neste momento. Ele enfrentaria dificuldades para conquistar apoio, especialmente entre os eleitores da direita, e teria que disputar espaço com a esquerda, que não necessariamente abraça projetos tão voltados para as redes sociais”, analisou.
Por fim, Cerqueira reiterou que, para uma candidatura presidencial ser viável, seria necessário mais respaldo partidário e apoio de outras lideranças políticas. “Não vejo este anúncio como algo substancial. Para ser uma candidatura válida, teria que ser algo mais robusto, não apenas um anúncio isolado como parece ser o caso”, concluiu o especialista.