
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) entrou com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) contra a aprovação do processo de cassação de seu mandato, aprovado pelo Conselho de Ética. O parlamentar solicita a anulação do parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), alegando que ele agiu com parcialidade e que há irregularidades no andamento do processo.
No documento, assinado por ele e seus advogados, Braga alega que não busca reavaliar o mérito do caso, mas garantir o cumprimento do regimento e da Constituição. Ele argumenta que a penalidade de cassação é desproporcional e que o regimento prevê punições mais brandas, como censura verbal ou escrita, para os casos em questão.
O deputado afirma que sofreu cerceamento de defesa e perseguição política, apontando atitudes parciais dos membros do Conselho de Ética. Segundo ele, houve rapidez incomum no processo e negativa de pedidos da defesa. Ele também acusa o relator de estar envolvido emocionalmente no caso e de ter ignorado provas apresentadas pela sua equipe.
Caso a CCJ acate algum dos pontos do recurso, o processo será devolvido ao Conselho de Ética para nova análise. Se rejeitado, o parecer pela cassação segue para a Mesa Diretora da Câmara. Braga é acusado de agredir o ativista do MBL Gabriel Costenaro durante um protesto em 2023, episódio que foi filmado. O deputado diz ter reagido a provocações e fez uma greve de fome de nove dias após a aprovação da cassação, encerrada após acordo com a presidência da Casa.