Não é de hoje e nem será a primeira campanha em que o PT não se entende em suas próprias bases. A convenção estadual da sigla, realizada neste domingo, foi mais uma prova da falta de unidade entre os petistas, que desta vez mostram divergências em torno do apoio ao pré- candidatado da Frente Popular, Danilo Cabral (PSB).
Coube ao ex-deputado federal Fernando Ferro, com cinco mandatos pelo PT, tecer fortes críticas são nome socialista. Ferro chamou Danilo de golpista, e contribuidor do projeto bolsonarista, lembrando que ele votou a favor do impeachmeant da presidente Dilma Rousseff.
Dizendo que o pré-candidato deveria pedir desculpas aos petistas, ele deixou claro que pediria votos para a pré-candidata ao Senado, a deputada estadual Teresa Leitão, mas não para Danilo. E ao contrário do que se imaginava, foi bem aplaudido pelos presentes.
Nas redes sociais, as alas divergentes aproveitaram a abertura do discurso de dissidência para lançar imagens de uma chapa com Lula presidente, Marília Arraes governadora e Teresa Leitão senadora.
Nos bastidores, membros da Frente Popular já sabiam que isso ia acontecer. A própria saída de Marília Arraes do partido, após ser preterida como indicação ao Senado, por si só gerou muito desconforto nas bases petistas.
“Na campanha passada os petistas pediam voto para Haddad presidente e esqueciam Paulo (Câmara) governador. Sempre foi assim, eles por eles. Esse reforço do PT no Governo já custou a saída do PSD, e mais a frente de outros partidos”, avaliou um governista.