Formada inicialmente por nove partidos, a Frente Popular de Pernambuco, encabeçada pelo PSB, conviverá pelas próximas duas semanas com o risco de implosão. Ao menos cinco partidos não têm a permanência 100% garantida, sem contar o PROS, que mudou seu diretório nacional e já desembarcou, rumo à candidatura de Marília Arraes (Solidariedade). O baixo desempenho de Danilo Cabral (PSB), que figurou em quase todas as pesquisas de intenção de voto na quinta colocação, é um dos motivos que atrapalham a formalização da Frente na Justiça Eleitoral.
Nesta quarta-feira, o PDT realizou sua convenção estadual, mas não cravou a coligação majoritária em Pernambuco. Essa decisão será comunicada à Justiça Eleitoral somente no dia 15, data limite que as comissões executivas dos partidos têm para entregar as atas das convenções, oficializando suas coligações majoritárias e chapas proporcionais, conforme a Lei Eleitoral.
O PP do deputado Eduardo da Fonte anunciou sua convenção para sexta-feira, no mesmo horário inicialmente marcado para a do PSB, às 14h. Só que não será no Clube Português como a de Frente Popular, e sim na sede dos Progressistas. Há quem especule que o partido não entrará para a coligação majoritária, já que sua executiva nacional baixou uma resolução proibindo coligações com o PT nos estados. Os petistas estão na chapa majoritária de Danilo, com Teresa Leitão como candidata ao Senado. Esse artifício pode ser usado por Eduardo da Fonte para justificar a não coligação, o que tiraria um tempo precioso de propaganda eleitoral para a Frente Popular.
Os outros três partidos que preocupam os socialistas são federados: PT, PCdoB e PV. Isso porque explodiram no Rio de Janeiro as desavenças do PT com o PSB, que podem ter consequências nacionais. Os petistas fecharam acordo para apoiar Marcelo Freixo (PSB) ao Governo do Rio e indicar André Ceciliano (PT) ao Senado, mas os socialistas passaram a defender que o senador seja Alessandro Molon (PSB). O impasse fez o PT fluminense aprovar uma resolução defendendo o rompimento da aliança, costurada pessoalmente pelo ex-presidente Lula (PT), e ameaçam estender o movimento aos estados, o que incluiria Pernambuco. Tal situação respinga em comunistas e verdes, que devem estar junto do PT em todos os estados.
Como se pode ver, não serão dias fáceis para a Frente Popular. Será preciso uma alta dose de calmantes. Ou, quem sabe, uma pesquisa apontando um melhor desempenho por parte de Danilo. Só resta aguardar.